Lucy hoje é um dia muito, mas muito triste para mim, hoje foi o dia que fiquei sabendo que você se foi. Você era minha, a minha cadelona.
Lembro-me quando o pai pegou você, eu estava na praia comentando com a minha mãe que eu andava muito maternal que eu precisava de um cachorro, antes que arranjasse um filho,acho que foi a única vez que tive vontade ou pensava em ter filho. Fiquei tão feliz quando o meu pai ligou dizendo que tinha pego você, um filhotinho de Boxer branco. Eu não tinha nem idéia como era um Boxer branco, conhecia aqueles Boxer cor de caramelo bem convencionais, eu estava morrendo de curiosidade para te ver, eu já andava pensando em possíveis nomes, mas já haviam te batizado de Lucy, achei bonitinho, eu pensava em um nome mais original, mas Lucy tava legal.
Quando cheguei da praia depois das férias fui correndo ver seu rostinho, você era branquinha, com só um olho tigrado, era tão lindinha e grande para uma cadelinha de 45 dias. Quando você me viu ficou um pouco arisca, você não era muito dócil, costumava a se baixar nas patinhas da frente e rosnar. Eu achava isso um desaforo tão pequeninha e tão atrevida, acabei entrando no seu jogo e adorava brincar com você para ver você rosnar e ficar brabinha comigo. Depois de um tempo você adquiriu o hábito de quando parar ficar com as patinhas em cima dos meus pés, você não tinha idéia de quanto já era pesada, eu tirava meus pés de baixo e pisava de levinho nos seus, foi aí que começamos a “jogar capoeira”, depois que você fazia sua ginga dava umas puladas bem altas e depois disparava pelo jardim, e a brincadeira continuava porque eu tinha que sair correndo também sabendo que nunca iria te alcançar. Lembro me quando você ganhou seu peixinho, a brincadeira era tocar para bem longe até você buscar e trazer, era o que o pai estava te ensinando, mas eu e o meu irmão,estragamos seu aprendizado porque atirávamos o peixinho um para o outro como você fosse a “bobinha” da história. Bem você aprendeu rápido, assim que pegava o peixinho você largava no chão e assim que alguém fizesse menção de pegar você pegava de volta e saia correndo, e agora quem era a bobinha?
Lucy lembro-me da companheira que eras para mim, era só eu segurar a coleira você disparava para o portão e dava pulos, e pulava com suas patas em cima de mim, eu fatalmente tinha sempre que sujar minha roupa em seus passeios, saia sempre desfilando sua digital na calça ou na blusa. Sair com você era tarefa árdua, você as vezes quase me carregava, mesmo eu quase sufocando você com o enforcador você nem dava bola e me levava para onde queria. Quando ficou mais mocinha e educada, ficou mais fácil passear com você, você era muito sociável e tinha gente que conhecia você, mas não me conhecia, seu Orkut sempre teve mais amigos do que o meu. Você era meu termômetro nos relacionamentos, sempre te apresentei aos meus namorados e paqueras, sempre falo de ti para meus amigo, para os que não te conhecem e para os que te conhecem nunca eles esqueceram de ti, você é inesquecível. Já tive muitos outros cachorros,sempre tive cachorro o primeiro que lembro aos meus 5 anos o Tufão que era um vira-lata que ficou tão brabo, que tiveram que dar ele e ele acabou sendo cão de guarda de uma empresa de butijão de gás, Lulu um Cocker que roubaram ele era tão aloprado que roeu todos os sapatos da casa, Quick era um dálmata que era do mundo, me seguia até o colégio e uma vez me deu um oi na sala de aula , era um dálmata excepcionalmente com bolotas marrom com olhos verdes, Babuska uma Schnauzer única cadela com pedigree mesmo, ficou tanto tempo com a gente, me lembro que ela fugiu para morrer já estava velinha, Pierrot o cachorro mais meiguinho da face da terra, ele tinha cara de pidão e as pessoas sempre queriam levar ele pra casa, era um Labrador com Cocker, como o pai costumava dizer era 50% Cocker 50% Labrador, ou seja 100% vira lata, Pierrot era um híbrido, e foi por um bom tempo seu companheiro Lucy ele te cuidava quando saíamos juntos. Agora espero que vocês se reencontre no céu dos cachorros que possam brincar e correr por toda a eternidade. Saudades minha branca, seja feliz assim como muitas vezes você também me fez muito feliz com seu amor incondicional. Adeus